terça-feira, fevereiro 15

Carnaval 2005 Parte 1

Este Carnaval arrasou comigo! Em todos os sentidos. Comecemos pela sexta-feira que me passou ao lado. Passemos então para Sábado. Esse grande dia! Lord of the Rings dominou! Modéstia à parte estávamos óptimos. Andámos a deambular pelas ruas da Ericeira incluindo o famoso desfile pelo Sambódromo. Eu estava com um fato de licra apenas e a temperatura estava baixa e caía chuva....por isso deixo a vossa imaginação voar e imaginar-me assim em tons de azul arroxeado a tremer de frio.
Entrámos em tudo o que eram bares (decentes) e a tónica era geral. Musica Brasileira. Mas estamos no Carnaval- diriam alguns! Estou -me a cagar. Não gosto! Mas sou muito diplomata e lá dancei a maior parte da noite (pudera... com o frio que estava, e a pinga ajudou!) Ok... ponto da situação: Carnaval, frio, chuva, musica brasileira... Poedria parecer mau. Mas não até estava a ser divertido até que arrastaram para o Ouriço.
- Vá lá! Eu consumo do teu cartão! - Persuadiu-me alguém!
Pânico. Pânico!
Além de me continuar a sentir uma sardinha enlatada naquele antro, a música continua também um delírio! Musica Brasileira (mas isso seria um dado adquirido nesta data festiva) e depois que ouço eu??? Pimba Pimba!!!! Bradei aos céus e comentei para alguém que ao meu lado desesperadamente se bamboleava numa tentativa de dançar:
- Só faltava o Comboio!
As minhas preces foram ouvidas. Depois de um Mega Mix do Emanuel veio o conjunto Zimbro com o seu famoso "Apita o Comboio". A minha alma viajava e os meus olhos latejavam de espanto.
ELES FAZIAM O COMBOIO!!!!!!!!!!!NÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!!!!!!
A minha noite acabou ali e nem o Mega Mix dos Gipsy Kings me emocianaram!!

sábado, fevereiro 5

St. Pussi's Day

Graças à minha "beloved" amiga Petrinha este blog vai-se desenvolvendo com "posts" sugeridos por ela. Desta vez apresento Saint Pussi's Day. E o que é? Deriva de Saint Possidónio's Day, ou em português dia de São Possidónio (vulgo Domingo).
Começo por dizer que o Domingo tem cheiro. É frequente ouvir dizer: -Cheira a Domingo. E não é que cheira mesmo? Se repararem bem há aromas diferentes no ar incluindo o cheiro da naftalina da roupa que muitas pessoas insistem em vestir exclusivamente neste dia. Pessoas estas que são os tais Possidónios (Pussis para os amigos) que invadem todo o tipo de locais e entopem estradas neste dia tão estranho!
Não entendo o que leva hordas de Pussis a deslocarem-se a locais como a Ericeira ao Domingo. E não vêm sozinhos. Trazem consigo filhos, sogras, netos, primos, amantes, namoradas e namorados e inevitavelmente os Sinupes (cães) que cagam as ruas (mas aqui não estão isentos de culpa pois também existe outra raça citadina que também invade a Ericeira de que falarei noutro post).
Estes Pussis movem-se como formigas que avançam e não olham por onde andam. Limitam-se a andar e a empurrar quem passa. Têm também um gosto especial por esplanadas onde passam muito tempo a empanturrar-se de especialidades da terra. Usam muitos acessórios como grossos cordões de ouro ou prata com pendurezas como crucifixos ou medalhinhas que saem no Jornal 24 Horas. Elas (as Pussis) usam indumentárias muito fashion (há duas décadas atrás) e inistem em usar penteados que parecem ter sido feitos por alguma aprendiz de cabeleireira em tentativa de ascenção de carreira. Eles usam muito freuquentemente camisa com padrão toalha de mesa que usam também bastantes vezes em discotecas como Living Opera ou Faraó ou então em bares dos arredores da zona.
Mas realmente o que seria de nós sem eles? O que seria da Petra e da Ilda que não teriam divertimento e no fim de contas quem sabe encontrar o seu princípe encantado com camisa de padrão toalha de mesa! Elas falam falam falam falam, mas lá no fundo.... o que elas querem sei eu!!!!!

Poesia para um novo milénio

O Sol pôs-se num céu de fogo e púpura na esperança de um amanhã que talvez não exista. A multidão juntou-se e um bando de aves levantou voo numa cidade distante dali. Na berma da estrada um corpo jazia de olhos abertos. Tinha uma face serena de morte e paz numa luta intemporal. Os lábios frios pareciam sorrir e alguém sussurou - Morreu feliz. Os olhos ainda abertos pareciam esmeraldas agora baças pelo tempo usado e abusado. A pele parecia emitir uma ténue luz que assinalava a queda de um anjo em cima de um homem. Havia beleza e um cheiro a jasmim e flores silvestres invadiu o ar petrificado. E como se do canto do cisne se tratasse alguém gritou na multidão : Essa besta está a fingir!

Fonte de Inspiração: Lili Big and Big Di

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quarta-feira, fevereiro 2

O cavaleiro que tudo via

Longinqua cidade à beira-mar plantada. Tão cheia de tudo tão cheia de nada.

Um sopro na brisa estremece delicados lírios, alvos como a neve que anos anteriores lavaram as penas de quem só se lembra apenas do passado. Alta estátua de mármore respladecente talhada na forma de formoso cavaleiro. Erguido no seu trono pétreo via toda a cidade acoradar, via as crianças que na sua inocência roubavam um doce, via o rio e a multidão apressada ao fim do dia. Via o Sol e a Lua. Via a beleza interior de cada um. Até que um dia uma pomba lhe cagou nos olhos.


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terça-feira, fevereiro 1

Pseudo Intelectuais

Há uns dias ia sendo chacinado porque disse apenas isto quando ouvi uma música que atende pelo nome de "Carta" dos Toranja:
- Não achas que isto é um bocado musica que ouviria um Pseudo-Intelectual?
Uiiii, o que eu fui dizer. Choveram críticas do género " a musica é linda, tem conteúdo" ou " sabes lá o que é bom, isto é cultura moderna" ou ainda "mas eu não sou Intelectual"
Pois é não são intelectuais, são mesmo Pseudo! Isto porque acham o máximo comprar revistas da moda com uma parafernália de artigos que não se sabe do que falam, ou então ouvir musica de intervenção porque é "fixe" estar contra... não importa contra quê, apenas estar contra! Se não compram revistas vêm os programas da 2: (deixo já aqui esclarecido que é uma excelente estação) que não entendem mas como tem uma apresentadora que fala baixinho e pausadamente num cenário minimalista com algum artista português que tem mais sucesso no estrageiro do que cá; acham que devem ver para comentar com os outros amigos de óculos de massa preta e a roupa com um ar pretencioso e propositadamente desalinhada.
Não estou aqui a criticar essas revistas, programas ou artistas, mas apenas a constactar o facto de haver pessoas que consumam estes formatos de cultura mas não os saibam digerir e depois transmitir.
E depois há aqueles que vão ao ballet e à ópera ou ao teatro ou simplesmente ver um espetáculo de dança contemporânea onde os bailarinos mais parecem ter ataques epiléticos e quebras divinas do esqueleto (mas que acho o máximo). E vão apenas para dizer que foram pois saem de lá tão incultos como lá entraram. Ouvem-se comentários do tipo: Uau que contemporâneo! Adorei o desempenho da cantora! Só não percebi a história!