O Homem Enfeitiçado

"O Homem Enfeitiçado" de Goya
Acende-me.
Acende a luz.
Acende as palavras que ficam presas na alma e se soltam doidas devassas como farpas que nunca penetraram a carne humana ao contacto com a chama.
Acende o medo que há no escuro e na sombra da luz do meu quarto ao entardecer. Hora em que o escuro avança e a luz se diverte com as prostitutas iluminadas num outro quarto que não o meu.
Acende a forma que não arranjo para esboçar o maior de todos os sorrisos e guiar os meus pés descalços através da lama e folhas mortas.